quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PRIMAVERA

Manto de lindas pétalas bordado
Envolve a Natureza, colorindo,
Numa magia de tons salpicando,
O solo deste Alentejo, tão lindo.


Vou minha mente em repouso espraiar
De aromas e cores minha alma encher
Assim, mal a Primavera chegar,
As máculas do Inverno esquecer.


No Céu , o Sol vai de novo brilhar
A sua  luz fará resplandecer 
E, com tal, arte as nuvens expulsar.


Enquanto sonhas, sempre sorrindo
Meu Alentejo privilegiado............
De mansinho a Primavera vem vindo!


Autora- Ausenda Ribeiro

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PASSEIO MATINAL



De manhã fui ao jardim
Visitar cravos e rosas
Dei um beijinho ao jasmim
Acarinhei as mimosas.


Diz-me assim o malmequer:
"Então eu não sou ninguém?
Olha que toda a mulher
Me pergunta p´lo seu bem!"


Não te armes em tolinho
Sabes como de ti gosto
E olhando-o de mansinho
Acariciei-lhe o rosto.


Reparei que na verdade
O narciso se amuou
Pois toda a sua vaidade
É do mimo que lhe dou.


Fiz-lhe uma concha c´oa mão
Sorri-lhe com amizade
E logo o seu coração
Transbordou felicidade.


Percorri todo o jardim
Olhando as flores que plantei
E dei um pouco de mim 
A todas que lá criei.


Deste passeio matinal
Aproveitei a lição
Só é feliz, afinal
Quem se dá com coração.


Autora-Ausenda Ribeiro

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

QUEM ME DERA





Quem me dera ser poeta 
Para escrever sobre o mar
E duma forma correcta
Nas suas ondas rimar.


Quem me dera ser pintor
Para o mar poder pintar
Pôr numa tela a rigor
O que vê o meu olhar.


Quem me dera ser actor
Para saber declamar
Um poema só de amor
Como sinto pelo mar.


Quem me dera ser marujo
P´ra viver no alto mar
O navio ser meu refúgio
Nas horas de meditar.


Autora- Ausenda Ribeiro

terça-feira, 8 de novembro de 2011

FOLHAS VIVAS

Caem folhas uma a uma
No chão da minha memória
Que em estrofes as arruma
Cada qual na sua história.

São lindas a verdejar
Na Primavera e no Verão
Castanhas são de encantar
Amarelas vão ao chão.

Passam por várias cores
Quando chega o Outono
Tal como os grandes amores
Votados ao abandono.

Em calma meditação
O Inverno as recolhe
Assim, a inspiração
Braço e caneta me tolhe.

Autora- Ausenda Ribeiro


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

AMOR



Quão terno e doce enlevo é o amor
Inútil esforço meu p´ro descrever!
Talvez um não sei quê de bem querer,
Queimando em incandescente rubor.


Defini-lo é meu enorme  desejo,
Por isso, suspiro, sofro, anseio.
Exprimi-lo será, enfim, por meio
Dum ardente, terno, sentido beijo?


Pondo então fim a este meu tormento
E de entre todo o juízo que faço,
Meditando, assim, em qualquer momento


Afirmo que o amor é pois um laço,
Que ao ouvir em uníssono lamento
Segura dois corações a compasso.

Autora- Ausenda Ribeiro

FELICIDADE



Felicidade, sopro que s´esvai.
Rápida brisa passa pela gente.
Tão curta, tão veloz que mal se sente
Breve momento, entra e logo sai.


Passa por vezes bem perto de nós
Sem um afago, sem um só olhar;
Pé ante pé caminha devagar,
Sorrateira, nem lhe ouvimos a voz.


Nesta vida dum constante sofrer,
Suspiro oprimido numa ansiedade,
Sentindo o que digo, ouso dizer:


Que sendo este bem uma raridade,
A esperança que nós temos, é crer
Que ela se encontre na Eternidade.




Autora- Ausenda Ribeiro

ILUSÃO



Pequena realidade vivida
No mais recôndito da fantasia.
Místico de real e de magia
Às vezes suporte da própria vida.


Sonhar é recordar momentos belos
Em segredo guardados para nós,
Ou inventá-los para viver a sós,
Sonhado na cadeia dos seus elos.


E nesta prisão dou largas à dor.
Minhas lágrimas liberto, cantando
Triste canção feita hino de amor.


Uma esperança eu vou acalentando,
Que à minha vida dá sempre mais cor.
Assim, de sonho em sonho, navegando.


Autora- Ausenda Ribeiro


domingo, 6 de novembro de 2011

ALENTEJO

Na planície repouso o meu olhar.
Na terra escaldante aqueço a minha alma.
No Céu bem azul busco minha calma
E peço ao Sol para me iluminar


Na seara ondulante sinto a paz
Que convida a amar na noite quente
Embala os amantes num ritmo ardente
Mistura de sonho que o amor faz


O mar veio de visita, não parou
Na terra morena p´ra descansar
E a planície tão calma ficou!


De dia tens sol de noite luar
A mãe Natureza assim te fadou
Meu Alentejo, como não te amar?


Autora - Ausenda Ribeiro